O presente artigo tem como objetivo mostrar que com a luz da razão, com a virtude da temperança, o ser humano pode salvar o Bioma, escolhendo cessar essa pleonexia, esse desejo insaciável de ter posse do que por direito pertence a todos. Nessa anagogia, tendo uma subida ou ascensão, no sentido de êxtase místico, entendendo que faz parte do Bioma e está unido a ele num arrebatamento da alma na contemplação das coisas divinas, entendendo qual seu real papel aqui na terra, que é cuidar dos seus irmãos menores presentes no Bioma: esse ser inanimado que segue uma lei constante perpétua, com o rastro de sua inteligência Criadora, sendo possível recompô-la, conhecendo a lei natural da natureza.
Abstract
This article aims to show that with the light of reason, with the virtue of temperance, the human being can save the Biome, choosing to stop this pleonexia, this insatiable desire to have possession of what rightfully belongs to everyone. In this anagogy, having a rising or ascension, in the sense of mystical ecstasy, understanding that it is part of the Biome and is united to it in a rapture of the soul in the contemplation of divine things, understanding its real role here on earth, which is to take care of its smaller brothers present in the Biome: this inanimate being that follows a perpetual constant law, with the trace of its Creative intelligence, being possible to recompose it, knowing the natural law of nature.
Introdução
Um dever inalienável, a criatura se unir ao seu criador, que em sua bondade e sabedoria se revelou a si mesmo, tornando conhecida a sua vontade. Todo homem anseia por encontrá-lo. Um direito natural do gênero humano, na unidade de sua natureza, composta igualmente todo o humano, de um corpo material e de uma alma espiritual, na unidade de sua missão no mundo, na unidade de sua morada a terra, cujos bens todos os homens podem usar para sustentar e desenvolver a vida, unidos, sabendo de seu fim sobrenatural e se voltando para o Criador.
Deus é o criador de tudo.
Maravilhosa visão, que nos faz contemplar o gênero humano na unidade da sua origem em Deus [...]; na unidade da sua natureza, em todos igualmente integrada dum corpo material e duma alma espiritual; na unidade do seu fim imediato e da sua missão no mundo; na unidade da sua habitação, a terra, de cujos bens todos os homens, por direito natural, podem servir-se para sustentar e desenvolver a vida; na unidade do seu fim sobrenatural. Deus, para o Qual todos devem tender, na unidade dos meios para atingir este fim; [...] na unidade da Redenção, para todos levada a cabo por Cristo CIC-360
Deus fez o mundo e tudo o que nele há. É ele quem dá a vida a respiração e as coisas. Ele fez nascer de um só homem todo o gênero humano. (Ato 17,26) Estamos todos interligados, já que Deus está em todas as coisas em presença e essência e potência. O ser humano deve subir de nível espiritual. Uma subida ou ascensão, no sentido de êxtase místico, ou arrebatamento da alma na contemplação das coisas divinas, ou seja, uma anagogia. Estamos no terceiro milênio e este é o caminho, a verdade e a vida. Contemplar as coisas Divinas. O ser humano está em um estado espiritual abaixo do imaginado por Deus. Devemos ascender, tendo a certeza daquilo que não se vê mas está lá. Fé é a certeza daquilo que não se vê. (Heb 11,1).
Anagogia é uma palavra derivada do grego que sugere uma subida ou ascensão, no sentido de êxtase místico, ou arrebatamento da alma na contemplação das coisas divinas.
Alberto Magno dizia que não existe diferença entre fé e razão, pois o mundo foi criado por Deus que é sumamente sábio e é exatamente o que permite que existam ciências. Ciência é a inteligência humana que busca na natureza, nas coisas existentes, uma lei inteligente, uma regra constante. Então simplesmente, o criador das ciências, da inteligência humana está acima da sua criatura, a inteligência humana, as ciências. Alberto Magno, padroeiro dos cientistas, foi agraciado com um corpo incorrupto, segundo Joan Carroll Cruz no livro The Incorruptibles: A Study of Incorruption in the Bodies of Various Saints and Beati. Estado em que o corpo não se decompõe, sendo considerado como sinal de Santidade, que a pessoa trilhou o caminho certo. Um dos estudos sérios publicado é De Cadaverum Incorruptione do clássico tratado do Cardeal Lambertine (que depois seria o Papa Bento XIV): De Servorumdei beatificatione et beatorum canonizatione. Os quais devemos respeitar se não foi condenada pela Igreja.
No decurso dos séculos tem havido revelações ditas privadas, algumas das quais foram reconhecidas pela autoridade da Igreja. Todavia, não pertencem ao depósito da fé. O seu papel não é aperfeiçoar ou completar a Revelação definitiva de Cristo, mas ajudar a vivê-la mais plenamente, numa determinada época da história. Guiado pelo Magistério da Igreja, o sentir dos fiéis sabe discernir e guardar o que nestas revelações constitui um apelo autêntico de Cristo ou dos seus santos à Igreja. CIC - 67
Estudo prevê que, devido ao aquecimento global, metade da biosfera perderá a capacidade de armazenar o dióxido de carbono da atmosfera até o fim do século. Em alguns Biomas, como Floresta Amazônica, isso poderá ocorrer mais cedo, em até 30 anos.
Dia a dia as florestas vão sendo devastadas. Os madeireiros derrubam as florestas para comprar seus bens de consumo. As serrarias compram e processam as madeiras para comprar seus bens de consumo. E os que criticam, compram bens de consumo. Trocam de móveis e objetos a cada ano, descartando, queimando ou simplesmente jogando no lixo o que não vão utilizar mais, mesmo estando em condições de ser reciclado. Querendo móveis com madeira de lei para dar status. O que se consome em excesso vai para o lixão engrossando o acumulo de resíduos. Fazendo chorume e infiltrando no lençol freático. Ou vai ser queimado, queimando junto oxigênio e fazendo buracos na camada de ozônio.
Na dura realidade da miséria humana, as florestas vão sendo derrubadas e no lugar delas vão surgindo as lavouras pulverizadas com veneno, matando as abelhas. E os animais que vem comer o milho, vão sendo mortos pelos donos das lavouras. O Beato Papa Paulo VI, referiu-se à problemática ecológica, apresentando-a como uma crise que é consequência dramática da atividade descontrolada do ser humano: Por motivo de uma exploração inconsiderada da natureza, [o ser humano] começa a correr o risco de a destruir e de vir a ser, também ele, vítima dessa degradação. E, dirigindo-se à FAO, falou da possibilidade duma catástrofe ecológica sob o efeito da explosão da civilização industrial, sublinhando a necessidade urgente duma mudança radical no comportamento da humanidade, porque os progressos científicos mais extraordinários, as invenções técnicas mais assombrosas, o desenvolvimento econômico mais prodigioso, se não estiverem unidos a um progresso social e moral, voltam-se necessariamente contra o homem... (Carta Encíclica Laudato Si' do Santo Padre Francisco, sobre o cuidado da casa comum)
Segundo o documentário Papa Francisco - Um Homem de Palavra as abelhas e os animais estarão extintos daqui a duas gerações já que 150 espécies de animais desaparecem a cada dia. No documentário o Sumo Pontífice exorta que a humanidade procure ser cada vez mais pobres e humildes. Sendo, segundo o Sumo Pontífice a ganância um desequilíbrio de caráter que contribui para o desequilíbrio ambiental e humano, apontando a busca pela pobreza e humildade o caminho para vencer a destruição da natureza e os males que assola a humanidade.
O minimalismo tem sido apontado por muitos como uma das formas para contribuir com a preservação da natureza, já que quem tem esse estilo de vida é desapegado dos bens materiais e tem como objetivo viver só com o que é importante e necessário. Mantendo apenas o que é essencial para a sua sobrevivência.
No Cristianismo o pensamento é que Deus está em todas as coisas em essência e presença e potência, como disse Santa Tereza Dávila no seu livro Moradas do Castelo Interior. O Cristianismo sugere a anagogia no sentido de êxtase místico, ou arrebatamento da alma na contemplação das coisas divinas o caminho para a preservação da Biosfera. Já que Deus está em todas as coisas em essência e presença e potência, então Deus está também presente na natureza. São Francisco de Assis, nessa anagogia, ou seja, nessa elevação da alma na contemplação das coisas divinas, chamava o sol, a lua e os animais de irmãos. Nós vivemos em Deus e estamos interligados a tudo. Então maltratar a natureza é maltratar a si próprio. Esta irmã clama contra o mal que lhe provocamos por causa do uso irresponsável e do abuso dos bens que Deus nela colocou. Crescemos a pensar que éramos seus proprietários e dominadores, autorizados a saqueá-la. A violência, que está no coração humano ferido pelo pecado, vislumbra-se nos sintomas de doença que notamos no solo, na água, no ar e nos seres vivos. Por isso, entre os pobres mais abandonados e maltratados, conta-se a nossa terra oprimida e devastada, que geme e sofre as dores do parto (Rm 8, 22). Esquecemo-nos de que nós mesmos somos terra(cf. Gn 2, 7). O nosso corpo é constituído pelos elementos do planeta; o seu ar permite-nos respirar, e a sua água vivifica-nos e restaura-nos.(Carta Encíclica Laudato Si' do Santo Padre Francisco, sobre o cuidado da casa comum).
O mar, a terra, o ar e o fogo. São criaturas de Deus. São seres inanimados. Não são Deuses com vontade e decisões imprevisíveis. São seres inanimados que seguem uma lei constante, perpétua. Os seres humanos estão acima da criação (Gen, 26-30). É possível recompô-las conhecendo a lei natural da natureza. É possível fazer previsões meteorológicas para saber se vai chover ou não. Deus é Criador e quando criou os elementos colocou leis inteligentes nas coisas. Existe o rastro de uma inteligência nas coisas criadas por Deus e é por isso que é possível estudá-las cientificamente. A ciência é uma inteligência humana que está buscando a racionalidade de uma lei inteligente que está nas coisas. Se não houvesse esse rastro de inteligência nas coisas os elementos iriam mudar aleatoriamente de constância, sem leis, princípios e sem inteligência. Sem leis e princípios não se pode calcular matematicamente a distância entre as coisas, a meteorologia etc. São criaturas que obedecem a lei do Criador, que é Deus. Os quatro elementos não são deuses, são nossas irmãs menores, como as chamava por revelação São Francisco de Assis. As devemos respeitar, pois são criaturas de Deus. É possível saber que no ritmo, de degradação que as coisas caminham tudo será extinto se não houver essa mudança de mentalidade de consumismo para o desapego dos bens terrenos. A Biosfera foi Deus quem criou e existe uma constância científica na Biosfera. Tudo tem uma função na Biosfera. Respeitá-la é respeitar também a Deus Criador presente nela. Destes-lhe poder sobre as obras de vossas mãos, vos lhe submetestes todo o universo (Salm 7,7).
O cientista Antoine-Laurent de Lavoisier dizia, no pensamento que corresponde à Lei da Conservação das Massas que na Natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. Mesmo que o pensamento corresponda a massa da matéria, para a maioria da humanidade, já que o homem é um ser religioso, fazem uma analogia, uma relação de semelhança entre assuntos diferentes. Já que Deus está presente em todas as coisas então está também presente na matéria. A massa da matéria tem um rastro de inteligência e algumas pessoas buscam das provas nos corpos incorruptos dos Santos que não se decompõe, como o corpo de são Alberto Magno e o coração de Santa Tereza D'ávila entre outros. E tem também a crença bíblica de que o corpo humano vai se juntar com alma no final dos tempos.
Se o Espírito que ressuscitou Jesus dos mortos habita em vós, ele, que ressuscitou Jesus Cristo dos mortos, também dará a vida aos vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que habita em vós. (Rom, 8-11) Os Padres da Igreja contemplam a Ressurreição a partir da Pessoa Divina de Cristo que ficou unida à sua alma e a seu corpo separados entre si pela morte: Pela unidade da natureza divina, que permanece presente em cada uma das duas partes do homem, estas se unem novamente. Assim, a Morte se produz pela separação do composto humano, e a Ressurreição, pela união das duas partes separadas CIC - 650 A palavra carne designa o homem na sua condição de fraqueza e mortalidade Ressurreição da carne significa que, depois da morte, não haverá somente a vida da alma imortal, mas também os nossos corpos mortais (Rm 8, 11) retomarão a vida.CIC-990
Sabemos que o ser humano é composto de espírito, alma e corpo, O Deus da paz vos conceda santidade perfeita. Que todo o vosso ser, espírito alma e corpo, seja conservado irrepreensível para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo (1 Tes 5,23). É apregoado o fim do pecado capital da ganância como a forma de contribuir com a preservação da Biosfera, como citado por Papa Francisco no documentário Papa Francisco um Homem de Palavra Exemplificando, esse ponto de vista, Jesus Cristo, no Evangelho segundo Lucas 12,13-21, é interpelado por alguém que o pede para dizer ao irmão, que reparta a herança com esse alguém e Jesus responde que ele não é encarregado de julgar ou de dividir nossos bens e alerta para tomar cuidado contra todo tipo de ganância porque a vida de alguém não consiste na abundância de bens. E após contar uma parábola da grande colheita de um homem rico que colheu tanto que não tinha aonde guardar a colheita e então resolveu derrubar seus celeiros e construir celeiros maiores e com esses bens descansar, comer e beber e aproveitar. Mas Deus naquela noite disse que exigiriam de volta a alma dele.
Segundo o cristianismo, esse evangelho retrata bem a nossa sociedade que é hipnotizada com os bens materiais e as pessoas acham que serão felizes se tiverem os bens de consumo. Jesus diz nesse evangelho guardai-vos de todo tipo de ganância, da pleonexia, ou seja, daquela ideia de querer acumular coisas porque a vida não consiste na abundância dos bens. Essa não é a vida. A vida é outra coisa. A vida é ser um ser humano equilibrado, curado, livre de tudo aquilo que o amarra, o escraviza e o limita. É um mistério esse fenômeno de desejar bens materiais.
Lembrando que o Catecismo da Igreja Católica foi escrito pelo maior Teólogo da atualidade: Joseph Aloisius Ratzinger. Em 1953, obteve o doutoramento em teologia com a tese Povo e Casa de Deus na doutrina da Igreja de Santo Agostinho. Sob a orientação do professor de teologia fundamental Gottlieb Söhngen e foi escrito também por um grande santo: São João Paulo Segundo. Sabemos também que a Bíblia Sagrada é Palavra de Deus Revelada.
A temperança é a virtude moral que modera a atração dos prazeres e proporciona o equilíbrio no uso dos bens criados. Assegura o domínio da vontade sobre os instintos e mantém os desejos nos limites da honestidade. A pessoa temperante orienta para o bem os apetites sensíveis, guarda uma sã discrição e não se deixa arrastar pelas paixões do coração. A temperança é muitas vezes louvada no Antigo Testamento: Não te deixes levar pelas tuas más inclinações e refreia os teus apetites (Sir 18, 30). No Novo Testamento, é chamada moderação, ou sobriedade. Devemos viver com moderação, justiça e piedade no mundo presente (Tt 2, 12). Viver bem é amar a Deus de todo o coração, com toda a alma e com todo o proceder [...], de tal modo que se lhe dedica um amor incorrupto e íntegro (pela temperança), que mal algum poderá abalar (fortaleza), que a ninguém mais serve (justiça), que cuida de discernir todas as coisas para não se deixar surpreender pela astúcia e pela mentira (prudência). CIC-1809
Segundo o Catecismo da Igreja católica a temperança é a virtude moral que modera a atração pelos prazeres e procura o equilíbrio no uso dos bens criados. A virtude cardeal da temperança proposta como cura para a ganância, no grego original pleonexia, a atitude de acumular bens. Segundo Platão e Aristóteles a pleonexia é o desejo insaciável de ter posse do que por direito pertence aos outros. No Cristianismo é o auto-interesse e interesse material pelas coisas, ou seja, ganância. Para curar a ganância é preciso exercitar a Virtude Cardeal da Temperança. Curando a pleonexia diminuiremos o impacto ambiental, pois tendo só o que é necessário para a sobrevivência, acumulando menos, retiraríamos menos os bens renováveis da natureza, pois todo o lixo produzido pelos bens de consumo, acumulando coisas desnecessárias, afeta diretamente a Biosfera, a esfera da vida. Com o equilíbrio no uso dos bens criados o impacto ambiental seria minimizado. A moderação, o equilíbrio no uso das coisas e usar de forma equilibrada, de forma justa os recursos naturais, retirando aquilo que precisamos para nos alimentar sem excesso. Seria a única forma de diminuirmos o impacto ambiental. Com a virtude da temperança, tempero, ficar em um meio termo, nem tão no extremo, querendo tudo para si, num desejo insaciável de ter bens de consumo e nem tão desapegados a ponto de não querermos nem o que nos é necessário para nossa sobrevivência. Mudaríamos a mentalidade, gerando uma cultura de desapego dos bens materiais, e assim diminuindo o impacto ambiental que todo o lixo produzido pelos bens de consumo produz. O ser humano, criado a imagem e semelhança de Deus, nasce bom, mas tentando se adequar e ser aceito pela sociedade ou pelo livre arbítrio acaba se desviando do caminho. Virtude é o homem como Deus o pensou. Temos no nosso âmago, na nossa essência, a capacidade de sustentados pela nossa natureza, mudar nossa mentalidade. Segundo o Cristianismo o desejo de acumular bens é uma doença espiritual. A pessoa vai perdendo aos poucos a capacidade de desejar o que é bom de forma correta. É uma tentativa de buscar a felicidade no consumo de bens materiais. É uma gula. É uma mentalidade de consumir essa vida como se fosse uma fruta, espremer e tirar todo o sumo, porque a pessoa quer sobreviver e aí a pessoa fica incapaz de se voltar para as coisas espirituais. A temperança seria uma realidade equilibrada. Assegurando o domínio da vontade sobre os instintos. Sabendo que não é preciso ter mais do que o necessário para sua sobrevivência. Acumulando bens de forma desregrada, um salário de morte vai sendo pago no coração da pessoa. Porque o salário do pecado é a morte (Rom 6,23). E consumir mais do que o necessário é um pecado, é um crime contra a humanidade. É uma desfiguração, descaracterização da essência do ser humano. Não foi para isso que o ser humano foi criado. Fomos criados para sermos equilibrados e o desejo insaciável de ter posse, a ganância, destoa deste propósito. No auto-interesse a pessoa perde a capacidade da caridade, ou seja, de se colocar no lugar do outro. Essa pleonexia, esse desejo insaciável de ter posse do que por direito pertence aos outros é uma doença espiritual. Pleonexia derivado do grego é um conceito filosófico utilizado quer no Novo Testamento quer nos escritos de Platão e Aristóteles corresponde, de maneira geral, à avareza podendo ser definida como desejo insaciável de ter posse do que por direito pertence aos outros.
Segundo a Lei Divina há regras e a lei Divina foi estabelecida para todos e matar a Biosfera é crime hediondo contra toda a humanidade. A Biosfera pertence a toda a humanidade. Sendo o ser humano criatura de Deus. Deus está presente em todas as coisas em presença e essência e potência. Sendo assim Tudo pertence a Deus.
A interdependência das criaturas é querida por Deus. O sol e a lua, o cedro e a florzinha, a águia e o pardal: o espetáculo das suas incontáveis diversidades e desigualdades significam que nenhuma criatura se basta a si mesmos. Elas só existem na dependência umas das outras, para se completarem mutuamente, no serviço umas das outras. A beleza do Universo: A ordem e a harmonia do mundo criado resultam da diversidade dos seres e das relações existentes entre si. O homem descobre-as progressivamente como leis da natureza. Elas suscitam a admiração dos sábios. A beleza da criação reflete a beleza infinita do Criador, a qual deve inspirar o respeito e a submissão da inteligência e da vontade humanas. CIC-340-341
Anagogicamente, elevando a alma, tendo um êxtase místico, ou arrebatamento da alma na contemplação das coisas divinas. Os quatro elementos, a Água, a Terra, o Fogo e o Ar que estão na Biosfera, também estão em nós. Quem une os quatro elementos em nós é o Criador. Os quatro elementos são seres inanimados, que seguem uma lei constante, perpétua. É possível recompô-la, conhecendo a lei natural da natureza. O vento sopra, nós não o vemos, mas sabemos que ele está ali. O desejo de preservar sendo maior do que o desejo de consumir. Uma metanóia, mudança de mentalidade, uma conversão. Criatura querendo preservar para agradar o Criador esse é o pensamento, a lei inteligente que devemos seguir. Que o ser humano é imortal. E que quando morremos a alma é separada do corpo e a alma vai para o sheol ou para o paraíso (Lc 16,22-26). E o corpo fica na terra esperando a Parusia, a segunda vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo para se juntar a alma, e quem tem o Espírito Santo vai se juntar ao Criador no segundo julgamento.
Quando for dado o sinal, à voz do arcanjo e ao som da trombeta de Deus, o mesmo Senhor descerá do céu e os que morreram em Cristo ressurgirão primeiro(1 Tes 4,16). A morte põe termo à vida do homem, enquanto tempo aberto à aceitação ou à rejeição da graça divina, manifestada em Jesus Cristo . O Novo Testamento fala do juízo, principalmente na perspectiva do encontro final com Cristo na sua segunda vinda. Mas também afirma, reiteradamente, a retribuição imediata depois da morte de cada qual, em função das suas obras e da sua fé. A parábola do pobre Lázaro e a palavra de Cristo crucificado ao bom ladrão , assim como outros textos do Novo Testamento , falam dum destino final da alma , o qual pode ser diferente para umas e para outras. Ao morrer, cada homem recebe na sua alma imortal a retribuição eterna, num juízo particular que põe a sua vida em referência a Cristo, quer através duma purificação, quer para entrar imediatamente na felicidade do céu , quer para se condenar imediatamente para sempre . CIC-1021 - 1022”
Sendo Cristão ou minimalista, ou desapegado, todos temos que observar a Lei, o dever moral, uma regra de comportamento promulgada pela autoridade competente em vista do bem comum. Mas quando a autoridade competente não visa o bem comum, devemos nos lembrar que cada um pode fazer a sua parte, se curando da pleonexia. Todos interligados em uma única vida, aonde a ação de um prejudica ou ajuda a todos os demais. O desapego, de acumular bens, pelo bem da humanidade. O minimalismo e a caridade que é a capacidade de nos colocarmos no lugar do outro, acabando com o antropocentrismo e fazendo como centro da nossa existência o Ser que nos sustenta no ser, que é Deus. Contribuindo assim de forma prática e concreta com a natureza.
Como disse Paulo na Palavra de Deus revelada: Tendo alimento e vestuário, contentemo-nos com isso. Aqueles que ambicionam tornarem-se ricos caem nas armadilhas do demônio e em muitos desejos insensatos e nocivos, que precipitam os homens no abismo da ruína e da perdição. (1 Timóteo. 6, 8-9). O descontentamento faz gerar o desejo de poder e o consumismo. Buscar a felicidade onde ela não está, ambicionando coisas desnecessárias, acabam com a natureza, precipitam a humanidade rumo a um caminho de perdição e destruição. Estamos todos interligados neste Bioma e a decisão de um afeta a todos. Lembrando que o vento sopra. Nós não o vemos, mas ele existe. Sabemos que ele existe.
A hierarquia das criaturas é expressa pela ordem dos seis dias, indo do menos perfeito para o mais perfeito. Deus ama todas as suas criaturas e cuida de cada uma, até dos passarinhos. No entanto, Jesus diz: [Vós] valeis mais do que muitos passarinhos (Lc 12, 7), e ainda: Um homem vale muito mais que uma ovelha (Mt 12, 12). O homem é o ponto culminante da obra da criação. A narrativa inspirada exprime essa realidade, fazendo nítida distinção entre a criação do homem e a das outras criaturas . Existe uma solidariedade entre todas as criaturas pelo fato de todas terem o mesmo Criador e todas serem ordenadas para a sua glória. CIC-342-343-344
Falta a concentração no aqui e agora. O sentido anagógigo, o hoje nos conduzindo ao futuro que nos espera. Podemos ver realidades e acontecimentos em sua significação eterna, nos conduzindo à nossa Pátria a Jerusalém Celeste. Se morrerem os insetos e os animais nós também morreremos. Acabando as árvores acaba o oxigênio. Acabar com a causa é a solução do problema. Acabar com a ganância e a busca pelo poder e bens materiais. Praticando o desapego. Buscando ser cada vez mais pobres e humildes, como sugere o cristianismo. Ou buscando só o que é necessário para a sobrevivência, como apregoam os minimalistas. A metanóia, a mudança de mentalidade, compreendendo que estamos todos interligados na Biosfera e que tudo tem uma alma, então matar um animal ou derrubar uma árvore é um crime contra toda a humanidade. Sabendo do seu fim sobrenatural e se voltando para o Criador. Como dizia São Tomás de Aquino: Iluminando a inteligência pela luz sobrenatural da fé, também podemos iluminar a inteligência com a luz natural da razão. Usando nossa razão, de forma inteligente, sabendo que Deus está em todas as coisas em essência e presença e potência e sabendo qual será o nosso fim, com os olhos fitos na Jerusalém Celeste. Sabendo que seremos cobrados pelo forma que tratamos nossos irmãos menores. Os quatro elementos, terra, água, ar e fogo.
O Papa Francisco no documentário Papa Francisco um homem de Palavra, procurou com seu testemunho de vida, ser exemplo de como se deve agir, mostrando uma vida desapegada dos bens materiais e uma frase marcante foi: Na Igreja onde o dinheiro está Jesus não está lá. Isso nos lembra o que disse nosso Mestre maior Jesus: Ninguém pode servir a dois senhores, pois ou odiará um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a riqueza.(Mat 6,24)
Papa Francisco no documentário apregoa a humildade e o desapego como solução, tendo sido o primeiro Papa a escolher o nome Francisco em homenagem a São Francisco de Assis, aquele que chamava os quatro elementos, terra, ar, água e fogo de irmãos. E abrindo mão de muitos benefícios que teria sendo o Sumo Pontífice.
A lei de Deus confiada à Igreja é ensinada aos fiéis como caminho de vida e verdade. Os fiéis têm, portanto, o direito de ser instruídos nos preceitos divinos salvíficos que purificam o juízo e, com a graça, curam a razão humana ferida. Têm o dever de observar as constituições e os decretos promulgados pela legítima autoridade da Igreja. Mesmo que sejam disciplinares, tais determinações exigem a docilidade na caridade CIC-2037
A lei de Deus nos pede o desapego aos bens terrenos e consequentemente aos bens de consumo. Iluminando a inteligência pela luz sobrenatural da fé, também podemos iluminar a inteligência com a luz natural da razão, e pela razão, pela lógica, percebermos que o homem é a obra prima das criaturas. Distinguimos nitidamente a criação humana das outras criaturas. Existe solidariedade entre todas as criaturas pelo fato de todas terem o mesmo Criador e todas estarem ordenados para a glória do Criador. O homem se distingue dos animais porque tem o espírito. A sabedoria de construir ou destruir alguma coisa, de escolher ser desapegado ou egoísta. Na unidade de sua missão no mundo escolher cessar essa pleonexia, esse desejo insaciável de ter posse do que por direito pertence a todos. Nessa anagogia, tendo uma subida ou ascensão, no sentido de êxtase místico, ou arrebatamento da alma na contemplação das coisas divinas, assim finalmente entendendo, com a graça de Deus, qual é o seu real papel aqui na terra, que é cuidar dos seus irmãos menores presentes no Bioma. Esse ser inanimado que segue uma lei constante perpétua, com o rastro de sua inteligência.
Nada existe que não deva a sua existência a Deus Criador: O mundo começou quando foi tirado do nada pela Palavra de Deus: todos os seres existentes, toda a Natureza, toda a história humana radicam neste acontecimento primordial: é a própria gênese, pela qual o mundo foi constituído e o tempo começado.CIC-338
Considerações Finais
A ciência, sendo uma inteligência humana que está buscando uma racionalidade de uma lei inteligente que está nas coisas, vendo que tudo segue uma lei constante, porque o Criador está presente nela pode reverter a situação, com a luz da razão, se libertando das suas mazelas, com a virtude da temperança que é a virtude moral que modera a atração pelos prazeres e procura o equilíbrio no uso dos bens criados. Pode salvar o Bioma, esse ser inanimado que segue uma lei constante perpétua, com o rastro de sua inteligência Criadora, sendo possível recompo-la, conhecendo a lei natural da natureza. Tratando com respeito nossos irmãos menores.